
Em meio à floresta, na região da tríplice fronteira entre Brasil, Peru e Colômbia, o Alto Solimões se consolida como um território fértil para negócios sustentáveis e inovação social. A Inpactas – Incubadora de Negócios de Impacto Socioambiental, sediada no Instituto de Natureza e Cultura da Universidade Federal do Amazonas (UFAM) em Benjamin Constant, vem protagonizando essa transformação ao apoiar empreendedores locais que aliam geração de renda, valorização da cultura regional e preservação ambiental.
A atuação da Inpactas está inserida no ecossistema do Parque Científico e Tecnológico do Alto Solimões (PaCTAS), iniciativa que busca fomentar ciência, tecnologia e inovação na Amazônia profunda. Por meio de mentorias, capacitações e apoio técnico, a incubadora fortalece projetos que partem de saberes tradicionais e recursos da sociobiodiversidade, mostrando que é possível inovar a partir das realidades e potencialidades locais.
Esse cenário de efervescência cultural e social no interior do Amazonas também é pano de fundo para a reportagem “Quando a ópera vai à Amazônia… e a Amazônia vai à ópera”, publicada pela revista Página22. O texto destaca a abertura do 26º Festival Amazonas de Ópera com a estreia da obra “La Vorágine”, inspirada em um romance colombiano e ambientada no período do ciclo da borracha – uma escolha simbólica que aproxima a linguagem operística das memórias e da paisagem amazônica.
A reportagem também aborda projetos como o “Ópera nas Escolas”, que leva apresentações e oficinas de música lírica a estudantes da rede pública, democratizando o acesso à cultura e revelando talentos em territórios muitas vezes à margem das grandes programações culturais. A iniciativa amplia o alcance do festival e reforça a ideia de que a Amazônia não é apenas cenário, mas também protagonista.
Ao reunir iniciativas como a da Inpactas e do Festival Amazonas de Ópera, a região evidencia um caminho possível para o desenvolvimento que valoriza as identidades locais. Seja por meio de empreendimentos sustentáveis ou da arte que ecoa nos palcos e nas escolas, o Alto Solimões mostra que inovação, cultura e território podem – e devem – caminhar juntos.